...onde o mundo faz de conta a terra é quase o céu..." - diz a música infantil do grupo Super Feliz.
Nesse carrossel tem de tudo. Cabide(s), ministro, lobista, parlamentar, polícia, filho de um, viúva de outro, etc. Mas não são estes elementos que compõe este carrossel, e sim parlamentares atrelados corruptamente entre si.
Mas, nem todos estão num mundo de faz-de-conta. Particularmente, eu não gostaria de estar na pele da presidente Dilma. Ela não está garantida nem mesmo com sua fama de ex-guerrilheira! Também, num país em que a própria "polícia" pipoca juízes na porta de casa, uma presidente facilmente poderia ganhar de "presente" uma bala perdida numa de suas visitas a qualquer estado, ou ainda, embarcar - por engano... - num avião da Vasp que deveria ter sido “fatiado” para ser vendido como sucata, e acabar sendo enterrada no mar no meio de uma viagem. O fato é que hoje, Dilma está literalmente perdida. Pra qualquer lado que olhe, vê uma “tampa voar”.
Diariamente, a sujeira vem sendo desenterrada em progressão geométrica lembrando o efeito borboleta, o que nos leva a saber que essa corrupção – pelo menos a parte grossa dela - vem acontecendo há tempos, isso ainda debaixo do nariz do ex-presidente Lula, que por sua vez, nem da bola pro aviso "SORRIA! Você está sendo filmado", já que pra ele, "nem sempre as imagens falam por si".
Falando em imagens, nem deram bola às filmagens da câmera deste grande “parque de diversões” que flagrou claramente o recebimento de propina por uma atual deputada. Seu advogado alegou que na época, a mesma ainda não era deputada e que por este motivo não deveria ser caçada e, obviamente, também não poderá responder como popular, já que hoje é uma deputada. Se tornar um parlamentar no Brasil é como passar pelo batismo da purificação. Resultado? Numa votação sem caras, esta deputada foi absolvida de ser caçada. Afinal, ser bandido é uma das únicas profissões que não ligam para a concorrência.
Certa vez, ouvi Ricardo Boechat - um conceituado repórter de radio e televisão da rede Bandeirantes - dizer que político, no Brasil, “é qualquer coisa, menos ser humano”. Concordo com ele! Políticos são uma raça independente, que vivem num mundo de faz-de-conta, decidem e corrigem seus próprios salários e comissões, decidem quantos e quais da família lhes farão companhia em seus gabinetes, fazem suas próprias leis e normas visando auto-proteção de todos os lados, enfim, puros “extra-terrestres (parasitas) no planeta terra”.
O pior? O pior é que nós consentimos que essas parasitas continuem sobrevivendo.
Cadê os que lutaram contra a ditadura? Já era. “Morreu tudo”. Se não morreu, virou ministro de alguma coisa, ou seja, esta lá no meio dos extraterrestres. Nem músicas eles fazem mais, só cantam as mesmas. Acabou a ditadura, acabou a inspiração. Não agüento mais ouvir “Coração de Estudante” nem “Como nossos Pais” na interpretação de quem quer que seja. Falando desta última, Elis Regina reviraria no túmulo em saber no que se tornou a tal democracia – mas se estivesse viva, talvez fosse ministra por ter dado um “alô” para algum daqueles marcianos.
Cadê então os “caras-pintadas”? Êpa, este sou eu! Ah, eu estou com quase 40, casado, pai de três filhos, saio de casa o dia nem raiou e quando volto já é dia seguinte. Pra mim não dá e as desculpas são muitas!
Sobrou então a mocidade de hoje. Ixi! Chamem o Batman! A programação televisiva, a baixa qualidade das distrações e do lazer, a internet e as redes sociais, criaram verdadeiros idiotas. Com tanta coisa pra se “preocupar”, não há espaço para querer saber e se manifestar contra o que acontece por debaixo dos panos.
“Debaixo dos panos” uma ova. As coisas até aconteciam por debaixo dos panos. Se Ney Matogrosso lançasse “É por debaixo dos panos” hoje, muitos se perguntariam do que é que sua música estaria falando. Porque hoje, acontece na cara-de-pau mesmo. Com este efeito borboleta tomando conta, logo uma coisa maior supera outra menor. E isso está se tornando via de regra. O sujeito parece até que pensa “bem, vou aceitar 50 mil hoje, pois certamente amanhã alguém aceitará 150 mil e meus 50 mil ficarão esquecidos”. E é verdade! Corrupção sempre existiu, mas ninguém se lembra como nem quando começou a “era” grossa com os “mensalões” e “mensalinhos”.
Há alguns dias, Londres parecia em guerra quando a população fez um grande manifesto porque a policia pipocou um cidadão negro. E olha que, pelos relatos posteriores, o cidadão nem era tão cidadão assim, não era uma “flor que se cheirasse”. Aqui, a polícia despreparada e temerosa pipoca qualquer um que esteja sobre a laje da própria casa com uma furadeira na mão! E se for uma questão de comparação, nem precisa ir muito longe. Nossos jovens vizinhos chilenos há alguns dias promoveram um quebra gigante, reivindicando do poder público uma melhora na qualidade do ensino, que hoje, já é uma das melhores do mundo. Aqui no Brasil, um aluno chega ao colegial sem saber ler e escrever, nem as operações matemáticas fundamentais corretamente.
Brasileiro só vai às ruas pra fazer carnaval mesmo. “Brasil, o país do carnaval”. Carnaval que deixou as ruas e as avenidas e invadiu o poder público de uma maneira geral.
Bem, dia 12 está aí. Vamos ver o que acontece.
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